A Residência Médica na Escola Paulista de Medicina teve início em 1957. Na década de 1960, haviam 10 vagas para o ciclo básico cirúrgico de 2 anos. Nos anos 80 eram 12 as vagas de Cirurgia Geral, e na década de 2000 passou-se para 16 vagas, depois para 18 vagas, até chegar a 24 vagas, ainda com ciclo de 2 anos. Em 2019, as vagas foram divididas entre dois programas distintos: 6 vagas para Cirurgia Geral de (3 anos) e 18 vagas para o Programa de Pré-Requisito em Área Cirúrgica Básica de (2 anos). Este último foi extinto em 2021, de forma que, atualmente, desde março de 2022, temos 18 vagas para R1 de Cirurgia Geral, assim como 18 vagas para R2, e 18 para R3 de Cirurgia Geral. A cada 5 anos o Programa é vistoriado por representantes da CEREM-SP (Comissão Estadual de Residência Médica do Estado de São Paulo), sendo que a última vistoria foi realizada em 29/06/2021.
A Escola Paulista de Medicina (EPM) foi fundada em 1933, como entidade privada, e seu hospital-escola, o Hospital São Paulo (HSP), inaugurado em 1940. Em 1954, a EPM tornou-se uma autarquia federal e, em 1960, a SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) passou a administrar o HSP, como associação civil sem fins lucrativos. Em 1994, a EPM deu origem à Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Atualmente, a SPDM atua como OS (Organização Social) administrando Hospitais, Prontos-socorros, Hospitais de Campanha, Ambulatórios, Centros de Atenção à Saúde, UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) e outras Unidades ligadas à Saúde Pública. Diversas atividades complementares de ensino de Residência Médica ocorriam fora do HSP há décadas, mediante acordos específicos com entes privados, Prefeituras Municipais e Governo Estadual. Em 08/01/2018, foi assinado um Acordo de Cooperação entre a Unifesp e a SPDM, reconhecendo a utilização dos espaços administrados pela SPDM para treinamento prático da Residência Médica. Em 11/02/2020, o HSP tornou-se HU (Hospital Universitário) da Unifesp. Na prática, os Médicos Residentes encontram nos Hospitais administrados pela SPDM o mesmo padrão de estrutura assistencial, com corpo clínico diverso, muitos oriundos da EPM, mas de excelência no atendimento aos pacientes.
DADOS DOS HOSPITAIS DA SPDM
O número total de Leitos de Cirurgia Geral inscritos no CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde) é de 373 leitos cirúrgicos, assim distribuídos nos 6 estabelecimentos de saúde: Hospital São Paulo (94 leitos), Hospital Geral de Pirajussara (35 leitos), Hospital Geral de Pedreira (49 leitos), Hospital Geral de Guarulhos (95 leitos), Hospital Estadual de Diadema (72 leitos), Hospital da Vila Maria (28 leitos). O número de Sala Cirúrgicas disponíveis para Cirurgia Geral (períodos da manhã e da tarde) nos 6 hospitais é de 14 salas, de segunda-feira até quarta-feira, e de 15 salas, de quinta-feira e sexta-feira.
Em 2019, foram realizadas 1.071 cirurgias de urgência na área de Cirurgia Geral, e 10.911 cirurgias eletivas, incluindo procedimentos ambulatoriais, na área de Cirurgia Geral. Considerando-se apenas os procedimentos que constam da Matriz de Competências de Cirurgia Geral, foram realizadas 5.518 operações no ano de 2019 assim distribuídas entre os 6 hospitais: Hospital São Paulo (5,2%), Hospital Geral de Pirajussara (20,9%), Hospital Geral de Pedreira (34,8%), Hospital Geral de Guarulhos (1,9%), Hospital Estadual de Diadema (9,2%), Hospital da Vila Maria (28,0%). Durante os anos de 2020 e 2021 houve redução do movimento cirúrgico causado pela pandemia de SARS-Cov2.
Com base em relatos fornecidos pelos próprios Residentes, observou-se que, em 2019, cada R-1 realizou 73,4 procedimentos em média, e cada R-2 realizou 144,1 procedimentos em média. R-2 fez mais procedimentos que R-1 (68% versus 32%). A maioria era de procedimentos eletivos (64%), enquanto que os de urgência responderam por 36%. A produção individual dos R-2 variou bastante, desde um mínimo de 109 procedimentos até um máximo de 243 procedimentos. Dados sobre procedimentos realizados por R-3 ainda não estão disponíveis.
A formação teórica e prática dos Médicos Residentes está a cargo das 8 Disciplinas do Departamento de Cirurgia da Escola Paulista de Medicina, Campus São Paulo, da Unifesp. O Corpo Docente, em sua maioria, é constituído de Professores Especialistas com, pelo menos, grau de Doutorado. Assim, no presente momento, temos os seguintes números de Professores nas Disciplinas de: Anestesiologia, Dor e Medicina Intensiva (12 Docentes), Cirurgia Cardiovascular (10 Docentes), Cirurgia Pediátrica (4 Docentes), Cirurgia Plástica (7 Docentes), Cirurgia Torácica (3 Docentes), Cirurgia Vascular e Endovascular (7 Docentes), Gastroenterologia Cirúrgica (14 Docentes), Técnica Operatória e Cirurgia Experimental (5 Docentes), e Urologia (4 Docentes). Portanto, o total de Professores do Departamento de Cirurgia é de 66 Docentes.
São 5 Programas de Pós-Graduação envolvendo as Disciplinas do Departamento de Cirurgia: (1) Cirurgia Translacional (Mestrado Acadêmico e Doutorado, conceito 6 da Capes, Disciplina de Cirurgia Plástica); (2) Ciência Cirúrgica Interdisciplinar (Mestrado Acadêmico e Doutorado, conceito 4 da Capes, Disciplinas de Anestesiologia, Cirurgia Pediátrica, Cirurgia Torácica, Cirurgia Vascular, Gastroenterologia Cirúrgica, e Técnica Operatória); (3) Medicina – Cardiologia (Mestrado Acadêmico e Doutorado, conceito 4 da Capes, Disciplina de Cirurgia Cardiovascular); (4) Medicina – Urologia (Mestrado Acadêmico e Doutorado, conceito 4 da Capes, Disciplina de Urologia); e (5) Ciência, Tecnologia e Gestão Aplicadas à Regeneração Tecidual (Mestrado Profissional, conceito 3 da Capes, Disciplina de Cirurgia Plástica).
1) Desenvolver autonomia clínico-cirúrgica e acadêmica durante a Residência Médica;
2) Atuar com independência e profissionalismo depois da Residência Médica. Seguimos a Matriz de Competências da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), respeitando a realidade local de cada hospital, e atualizando a conduta diagnóstica e terapêutica de acordo com as orientações institucionais.
O treinamento em serviço ocorre nos 6 hospitais dentro de equipes hierarquizadas e sob responsabilidade de Preceptores Didáticos qualificados e com, pelo menos, Especialização em área afim. Dados completos do Plano Pedagógico constam do PCP (Pedidos de Credenciamento Provisório, Credenciamento de 5 Anos, Recredenciamento e Aumento de Vagas) atualizado no SisCNRM (Sistema de Informação da Comissão Nacional de Residência Médica) em 13/06/2021.
O processo de avaliação, promoção e desligamento do Programa de Residência Médica, assim como o regime disciplinar e os procedimentos éticos por eventuais atos infracionais, documentados e testemunhados, ocorridos durante o treinamento, estão descritos no Regimento Interno da Residência Médica da EPM/Unifesp de 22/07/2020. Informações complementares específicas do Programa de Cirurgia Geral estão descritos no Regimento Interno da Residência Médica em Cirurgia Geral do Departamento de Cirurgia da EPM/Unifesp, aprovada pelo Conselho Departamental em 17/11/2015 e homologada pela Coreme da EPM/Unifesp em 24/02/2016. Um novo Regimento foi proposto ao Departamento de Cirurgia em 17/12/2019, porém não foi submetido à Plenária da Coreme em decorrência da pandemia pelo coronavírus ocorrida no ano seguinte
Desistências por falta de aptidão para o dia-a-dia do Cirurgião Geral são infelizmente comuns. O Programa busca candidatos que tenham frequentado pronto-socorro cirúrgico, ambulatório cirúrgico, enfermaria cirúrgica e, principalmente, centro-cirúrgico durante os 6 anos de Graduação em Medicina. Habilidade para tarefas manuais, coordenação visomotora e desenvolvimento motor fino são essenciais. Resiliência e precisão também. Interesse em produção científica na área, participação em congressos e ligas acadêmicas cirúrgicas, e bom histórico escolar são diferenciais considerados no processos seletivo.
As atividades práticas correspondem a 90% da carga horária total (cerca de 2.592 horas por ano, durante 3 anos) e são desenvolvidas em 6 hospitais. As teóricas perfazem 10% (cerca de 288 horas por ano, durante 3 anos) e são ministradas por 9 Disciplinas Acadêmicas nas dependências do Hospital São Paulo ou por vídeo-conferência.
O treinamento prático envolve atendimento ambulatorial de pacientes em condição de pré- e pós-operatório, realização de pequenas cirurgias ambulatoriais, internação e evolução clínica de pacientes em Enfermarias de Cirurgia Geral e de Especialidades Cirúrgicas, além de Unidade de Terapia Intensiva, atuação como membro de equipe cirúrgica no Centro Cirúrgico, participação em Captação de Órgãos para Transplante, atendimento de urgência e emergência cirúrgica, inclusive de trauma, e realização de procedimentos médicos como, por exemplo, drenagem torácica e intubação orotraqueal.
As atividades práticas ocorrem durante a semana a partir das 7:00 horas da manhã, com intervalo para almoço, sendo computadas até 60 horas semanais com a inclusão de plantão semanal de 24 horas. Respeita-se o descanso pós-plantão de 6 horas. Os estágios têm duração variável de 20 a 60 dias corridos, sendo organizados de forma a alternar estágios de maior e de menor volume de atendimento a pacientes. A sequência de estágios e a escala de plantões são sorteadas entre os Residentes no início do ano letivo.
Constituem atividades teóricas: Reuniões clínicas nas Especialidades Cirúrgicas, discussões de técnica operatória e imagenologia, visitas acadêmicas na Pronto-Socorro e nas Enfermarias, atualização sobre temas das Especialidades Cirúrgicas, seminários de Anestesiologia e de Terapia Intensiva, aulas de Metodologia Científica e discussão de Artigos Científicos (journal club), além de reuniões Anátomo-Clínicas e Oncológicas, todas elas organizadas pelas Disciplinas do Departamento de Cirurgia da EPM/Unifesp.